Crédito: Reprodução/Twitter

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Bolsonaro viola liberdade de expressão ao bloquear seguidores, denuncia Human Rights Watch

Relatório da entidade critica prática do presidente, que restringe acesso à informações publicadas em suas redes

19.08.2021 - Atualizado 11.03.2024 às 08:30 |

O presidente Jair Bolsonaro está violando a liberdade de expressão e os direitos de acesso à informação e de participar do debate público ao bloquear contas de usuários de redes sociais que o criticam, aponta um relatório divulgado hoje pela ONG internacional de direitos humanos Human Rights Watch (HRW).

O levantamento da entidade identificou 176 contas de jornalistas, parlamentares, influenciadores, meios de comunicação, ONGs (entre elas o Observatório do Clima) e cidadãos que foram bloqueadas pelo presidente, e indica que o número de usuários restritos ao acesso às redes do mandatário provavelmente é muito maior.

Quando um usuário é bloqueado, ele fica impedido de acessar, comentar, reproduzir e responder as publicações de Jair Bolsonaro. Como o presidente usa as redes sociais para tratar de assuntos do Estado e de governo, como fazer anúncios oficiais, de política externa ou mesmo o aumento do salário-mínimo, os defensores de direitos humanos entendem que ele impede que esses cidadãos participem do debate público, viola a liberdade de expressão e discrimina com base em suas opiniões.

“O presidente Bolsonaro usa suas redes sociais como um veículo chave para comunicar ações de interesse público e interagir com a população, mas bloqueia pessoas que o critiquem. Essa prática faz parte de uma estratégia perigosa, mais ampla, de calar a crítica”, explica Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil.

“Temos que entender que essa questão dos bloqueios está acontecendo em um contexto mais amplo em que o governo está também promovendo outras práticas restritivas, como o uso do sistema criminal para perseguir críticos, inclusive buscando penas de prisão contra jornalistas. Esse tipo de comportamento, sem dúvidas, é muito preocupante, uma vez que a liberdade de expressão é um dos pilares da democracia e deve ser defendida”, conclui.

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