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Cidade do Paquistão registra a marca de 50,2°C

Extremos de temperatura serão cada vez mais comuns com o aumento da frequência das ondas de calor e o avanço das mudanças climáticas

04.05.2018 - Atualizado 11.03.2024 às 08:28 |

O calor está chegando antes do previsto em alguns países e os extremos de temperatura podem bater recordes, como aconteceu com a cidade paquistanesa de Nawabshah, que acaba de registrar 50,2°C. Em 2015, a onda de calor que atingiu a cidade paquistanesa de Karachi deixou mais de 1.200 mortos. No ano passado, o país foi classificado com um dos 10 países mais vulneráveis à mudança climática.

De acordo com um estudo recente publicado no periódico Nature Climate Change, as ondas de calor devem se multiplicar nos próximos anos.  Estima-se que atualmente cerca de 30% da população mundial esteja exposta anualmente a um misto de calor e umidade que pode levar à morte. Até 2100, porém, quase metade da população (48%) do planeta sentirá os efeitos das ondas de calor em um cenário de redução dramática de gases de efeito estufa. Já se a liberação de poluentes continuar a aumentar no ritmo atual, as ondas de calor vão ameaçar sete em cada dez seres humanos.

Ao analisar as ondas de calor e seus efeitos ao longo da história, os cientistas conseguiram identificar as combinações letais entre umidade e temperatura em cada canto da Terra. Em São Paulo, por exemplo, temperaturas esbarrando nos 30 graus e percentual de umidade acima dos 90% são sinal de alerta para ondas de calor com potencial letal. Até 2100, Nova York deverá ter cerca de 50 dias por ano com temperaturas e umidades superiores ao limiar em que as pessoas morreram anteriormente. O número de dias mortíferos para Sidney será de 20; e, para Los Angeles, de 30. Em 2050, em  um cenário moderado de redução de emissões, São Paulo poderá ter cinco dias letais por ano. Em Cuiabá seriam 116.

O risco de morrer por uma onda de calor é ainda maior em áreas tropicais, devido ao clima quente e úmido. Para latitudes mais altas, o risco de calor mortal é limitado ao verão. As ondas de calor acontecem quando temperatura alta e umidade elevada se prolongam por mais de três dias, com temperaturas acima de 85% da média do mês mais quente.

Países da África e da América, a Índia e o Paquistão, com populações vulneráveis e condições climáticas específicas, como baixa latitude, alta umidade e calor intenso, terão de conviver com um número maior de ondas de calor pelos próximos anos e devem registrar extremos de temperatura com maior frequência.

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