DO OC – O ano de 2025 poderá ficar marcado como o segundo mais quente já registrado na história, segundo estimativa do serviço Copernicus, o observatório climático da União Europeia.

Os novos dados divulgados nesta terça-feira (09/12) indicam empate com o ano de 2023, com a temperatura média global de janeiro a novembro alcançando 1,48°C acima do período pré-industrial (1850–1900). 

O ano mais quente da história segue sendo 2024, que registrou uma média 1,55°C acima deste patamar, superando pela primeira vez o limite de segurança de 1,5°C do Acordo de Paris.

“Esses marcos não são abstratos. Eles refletem o ritmo acelerado da mudança climática e a única maneira de mitigar o aumento futuro das temperaturas é reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa”, avaliou Samantha Burgess, em nota à imprensa encaminhada pelo observatório europeu.

Considerando apenas o mês de novembro, o levantamento apontou que se tratou do terceiro mais quente, com médias especialmente elevadas em todo o norte do Canadá e no Oceano Ártico. 

“O mês foi marcado por vários eventos climáticos extremos, incluindo ciclones tropicais no Sudeste Asiático, causando inundações catastróficas generalizadas e perda de vidas”, apontou o documento, em um trecho.

Na Europa, a temperatura média foi de 5,74°C, 1,38°C acima da média de 1991-2020 para novembro, tornando-o o quinto novembro mais quente, com especial intensidade sobre a porção oriental, Rússia, Bálcãs e Turquia.

Fora da Europa, as temperaturas ficaram mais acima da média sobre as regiões polares, em particular sobre o nordeste do Canadá e o arquipélago canadense, os Estados Unidos, o oceano ártico e a Antártida.

Já a temperatura média da superfície do mar (TSM) foi de 20,42°C, o quarto valor mais alto registrado para o mês.

“A maior parte do Pacífico Norte continuou a apresentar TSMs muito acima da média, com recordes de alta no oeste (..) O mar da Noruega viu TSMs muito acima da média ou recordes, assim como a costa leste da Austrália.”

No Ártico, a extensão do gelo marinho ficou 12% abaixo da média, sendo o segundo pior resultado para o mês de novembro. Na Antártida, com gelo 7% abaixo da média, foi registrada a quarta pior média.

O serviço europeu também detectou que novembro foi mais úmido que a média em todo o Reino Unido, Irlanda, Portugal, Espanha, noroeste da Rússia e grande parte dos Bálcãs, com chuvas fortes na Albânia e Grécia. 

“Regiões com condições mais úmidas que a média incluem o sudoeste dos EUA, partes do norte do Canadá, noroeste da Rússia, Taiwan, sul da África, Madagascar e regiões costeiras da Austrália. Mais de 1.100 pessoas perderam a vida no sul e sudeste da Ásia devido a chuvas extremas e inundações resultantes de uma combinação de ciclones tropicais e fortes chuvas de monções.”

Já as condições mais secas que a média foram identificadas na Islândia, sul da Espanha, norte da Itália, centro da Alemanha e Suécia, enquanto alertas persistiram no sudeste da Europa, particularmente no sudoeste da Rússia, Ucrânia e Turquia. A falta de chuvas também afetou o norte do México, o sudeste dos EUA, grande parte da Ásia ocidental e central e o sul do Brasil.