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Dia da Sobrecarga: o último dia do ano nunca chegou tão cedo

Demanda da humanidade por recursos naturais esgota nesta segunda-feira, cinco meses antes do fim do ano, o que o planeta seria capaz de prover de forma sustentável em 2016

08.08.2016 - Atualizado 11.03.2024 às 08:27 |

DO WWF

Hoje é dia 8 de agosto de 2016. Do ponto de vista da capacidade da Terra em regenerar os recursos naturais utilizados pela humanidade, já estamos no final o ano. Eu explico. Chegamos ao Dia de Sobrecarga da Terra (Overshoot Day, em inglês), quando a demanda exercida pelos nossos hábitos de consumo sobre a natureza esgota o que o planeta pode restabelecer no período de um ano.

Mais claro ainda? Entramos no cheque especial do planeta quase cinco meses antes do fim do ano. Os cálculos são feitos pela Global Footprint Network (EFN), organização internacional parceira da Rede WWF e que monitora a Pegada Ecológica das cidades pelo mundo.

Em 2000, o Overshoot Day aconteceu em 5 de outubro. Dez anos depois, já havia se adiantado para 31 de agosto. E agora reduziu mais 18 longos dias. Ele é calculado com base em quatro fatores-chave: o quanto nós consumimos; com qual eficiência os produtos são feitos; qual o tamanho da população do planeta; e o quanto de recursos renováveis os ecossistemas da natureza são capazes de produzir.

No mundo, a Pegada Ecológica (cálculo que avalia os recursos naturais renováveis disponíveis em comparação ao volume utilizado pela população) é de 2,7 hectares globais por habitante – o Brasil tem média um pouco mais alta, de 2,9.
“A quantidade de carbono equivalente (a soma dos gases de efeito estufa) emitida representa 60% da Pegada Ecológica da Terra, e cresce em alta velocidade”

Ou seja, precisaríamos de 1,6 planeta para sustentar o estilo de vida atual.

Caso as projeções moderadas das Nações Unidas para o crescimento da população e consumo se confirmem, necessitaremos da capacidade de dois planetas para suprir nossas demandas em 2030.

A partir de amanhã, e com apenas 2/3 do ano completos, passamos a operar novamente em déficit ecológico, dívida que já se acumula desde meados da década de 1970 e que cobra seu preço nas formas de erosão do solo, desertificação, desflorestamento, extinção massiva de espécies, colapso no estoque de pesca e, obviamente, aumento da concentração de carbono na atmosfera, responsável pelas mudanças no clima.

Leia a notícia completa no site do WWF.

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