Imagem mostra tela inicial de vídeo divulgado pela Casa Branca sobre o plano

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Obama lança nesta segunda plano contra CO2

Proposta vai regular emissões de usinas termelétricas a carvão pelo Executivo, sem necessidade de aprovação pelo Congresso, dominado por republicanos; corte será de 32% em relação a 2005

02.08.2015 - Atualizado 11.03.2024 às 08:26 |

O presidente dos EUA, Barack Obama, divulgará nesta segunda-feira (03/08) a versão final do Plano de Energia Limpa, a aguardada versão final da proposta americana para combater as emissões de gases de efeito estufa regulando o carbono das usinas termelétricas.

Segundo funcionários da Casa Branca adiantaram à imprensa neste domingo, o plano determinará uma redução de 32% nas emissões americanas até 2030 em relação a 2005. É mais do que havia sido proposto na versão anterior da norma.

O percentual de renováveis na matriz energética dos EUA também será maior: a versão anterior do documento, divulgada em junho de 2014, propunha 22% até 2030, enquanto a nova expande essa fatia para 28% — percentual com o qual Obama já havia se comprometido em junho, em declaração conjunta com Dilma Rousseff. Outro ponto importante é que parte dos cortes de emissão, que Obama queria que fossem cumpridos pela substituição de térmicas a carvão por térmicas a gás natural, será feita com renováveis em vez de gás – que, como o carvão, é um combustível fóssil.

O Plano de Energia Limpa foi a fórmula encontrada pelo presidente americano para regular as emissões de dióxido de carbono sem a necessidade de aprovação de uma lei antipoluição no Congresso. Dominado pelos republicanos, mais sensíveis ao lobby das empresas de petróleo e carvão, o Parlamento americano sempre se opôs a mitigar gases-estufa por lei, e, no primeiro mandato de Obama, rejeitou uma proposta de legislação climática.

Em seu segundo mandato, o presidente democrata prometeu regular as emissões de termelétricas fósseis (principal fonte de CO2 do país) usando normas da Agência de Proteção Ambiental, a EPA, órgão equivalente ao Ibama nos EUA. Para isso, Obama se baseou numa decisão da Suprema Corte que classifica o CO2 como poluente. Como controlar poluentes é atribuição do Executivo, a Casa Branca conseguiu dessa forma contornar a oposição de deputados e senadores. Os republicanos já disseram que vão à Justiça contra a medida.

Neste domingo, Obama postou no Facebook um vídeo no qual anuncia o plano e justifica a regulação.

O vídeo tem o tom informal que é marca registrada do marketing político obamista, e um fundo musical de banda marcial que lembra as propagandas americanas da época da 2a Guerra Mundial – uma mensagem subliminar sobre o esforço de guerra que o presidente acredita ser necessário para lidar com a crise do clima. Começa com um “memorando à América”. “De: Presidente Obama; Ref.: Nosso planeta”. E é narrado pelo próprio governante, que diz: “Nosso clima está mudando. Está mudando de forma que prejudica nossa economia, nossa segurança e nossa saúde. Isso não é uma opinião: é um fato”.

Segundo Obama, “a mudança climática não é um problema para outras gerações. Não mais. É por isso que, na segunda-feira, minha administração vai lançar a versão final do Plano de Energia Limpa da América”.

O vídeo prossegue explicando a lógica de regular emissões via EPA: “Nós limitamos a quantidade de produtos químicos tóxicos como mercúrio, enxofre e arsênico no ar e na água, e isso melhorou a nossa vida. Mas as usinas de energia existentes ainda podem despejar quantidades ilimitadas de carbono poluente no ar que nós respiramos. Pelos nossos filhos, pela saúde e segurança de todos os americanos, isso está para mudar.”

* Atualizado para corrigir informação errada sobre o ano de referência das reduções americanas (2005, não 2025).

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