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Petit Comité – breves despachos da conferência do clima de Paris

02.12.2015 - Atualizado 11.03.2024 às 08:27 |

2 de dezembro

NAUFRÁGIO

O Fóssil do Dia, antiprêmio concedido pelas ONGs aos países que mais atrapalham as negociações, teve vencedores especiais nesta quarta-feira: a Organização Marítima Internacional (IMO) e a Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO). As duas, juntas, economizam US$ 60 bilhões em renúncias fiscais sobre combustíveis fósseis, mas não querem saber de contribuir com dinheiro para mitigação e adaptação. A Turquia também recebeu o prêmio pela sua INDC, que dá espaço para o país dobrar suas emissões ao mesmo tempo em que pede dinheiro das nações ricas.

DAQUI NÃO SAIO

Em sua primeira COP, o climatologista americano James Hansen, pioneiro no alerta sobre as mudanças climáticas, foi cercado por jornalistas na saída de uma sala de conferências de imprensa e deu uma coletiva improvisada de longos 40 minutos. Um de seus colegas tentou interromper na metade, perguntando educadamente se Hansen gostaria de ir. “Estou bem aqui”, respondeu o cientista.

PASSA LÁ EM CASA
A ministra Izabella Teixeira se reuniu hoje com representantes de bancos internacionais para tratar de recursos para o Brasil em diversas frentes relacionadas a mudanças climáticas – energias renováveis, preservação florestal e até mobilidade urbana e infraestrutura. Segundo a ministra, os bancos (KFW, Banco Mundial, BID, BNDES) estão muito interessados em investir no Brasil. Só não falaram em cifras nem prazos.

AUMENTINHO
A ministra também disse que o aumento em 16% na taxa de desmatamento na Amazônia não diminuiu a importância do Brasil no cenário internacional, nem afastou os investimentos estrangeiros em florestas no país. Segundo Izabella Teixeira, os financiadores internacionais compreendem que a “oscilação” da taxa é algo normal, e sabem dos esforços do governo federal na área.

CLIMÃO
Na próxima segunda-feira o governo federal assinará termo de cooperação com governadores da Amazônia para financiar ações de combate ao desmatamento nos Estados, desde que haja transparência quanto ao desmatamento local. Um dos signatários é Pedro Taques (PSDB), de Mato Grosso, cuja administração Izabella culpou pelo aumento de 40% na devastação no Estado.

URUCA
O “ambientalista cético” dinamarquês Bjorn Lomborg, um dos mais influentes negacionistas da mudança do clima, foi visto na noite de quarta-feira circulando pelo pavilhão de Le Bourget.

Por Cíntya Feitosa e Claudio Angelo, do OC, em Paris

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