Baixos custos para geração de energia limpa podem aumentar contribuição dos países para reduzir emissões. © Mischa Keijser/Corbis

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Propostas para Paris levam a aquecimento de 3,5ºC, diz estudo

A projeção num cenário em que os países não tomem medidas para reduzir emissões é de que o planeta aqueça 4,5ºC. Limite seguro é de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais

28.09.2015 - Atualizado 11.03.2024 às 08:27 |

As propostas de redução de emissões apresentadas até agora como parte do acordo do clima que será firmado este ano podem reduzir em 1ºC as projeções de aquecimento do planeta até o fim do século. Apesar da contribuição, as metas não são suficientes para limitar o aquecimento global em 2ºC acima dos níveis pré-industriais, o limite considerado seguro pelos cientistas para evitar danos piores das mudanças climáticas. Esta é a conclusão de uma análise divulgada pelo Climate Interactive em parceria com o MIT (Massachusetts Institute of Technology).

A análise foi feita com base nas INDCs registradas até agora – as propostas que os países apresentam às Nações Unidas como contribuição ao acordo do clima de Paris. As atuais ofertas nacionais de ação climática reduziriam aquecimento projetado em cerca de 4°C no cenário de business-as-usual (se nada fosse feito para reduzir emissões) para 3,5°C. Para atingir o objetivo de no máximo 2 ° C, as metas devem passar por revisões e associar-se a outras medidas, ainda não negociadas.

Andrew Jones, do Climate Interactive, recomenda novas ações na sequência da negociação do acordo de Paris. “As barreiras atuais são políticas e sociais e acreditamos que podem ser superadas.” A proposta coincide com um dos objetos de negociação entre os países das Nações Unidas: a revisão periódica dos compromissos apresentados na conferência.

Usado pela primeira vez na Conferência do Clima de Copenhague, em 2009, a ferramenta on-line do Climate Interactive calcula os resultados das negociações em curso em tempo real, permitindo que qualquer pessoa possa avaliar os resultados e estimar qual seria o esforço necessário para atingir o objetivo proposto. É o mesmo princípio do Ambiciômetro, ferramenta do Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas), membro do Observatório do Clima.

John Sterman, do MIT Sloan, é otimista. “Precisamos de esforços mais firmes, mas a boa notícia é que os custos de redução de emissões por meio da eficiência energética e energia renovável estão caindo rapidamente”, avalia. “Nações que adotam políticas para reduzir suas emissões irão acelerar a inovação que precisamos e posicionar-se para prosperar nas próximas décadas.”

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