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5º Fórum Mundial de Meio Ambiente discute riscos do aquecimento global

Palestra de abertura do evento, promovido pelo LIDE, em Foz do Iguaçu (PR), contou com o ambientalista norte-americano Bill McKibben e o ex-ministro de Meio Ambiente da Noruega, Erik Solheim

07.01.2015 - Atualizado 11.03.2024 às 08:25 |

Palestra de abertura do evento, promovido pelo LIDE, em Foz do Iguaçu (PR), contou com o ambientalista norte-americano Bill McKibben e o ex-ministro de Meio Ambiente da Noruega, Erik Solheim

Foz do Iguaçu (PR), 5 de junho de 2014 – Os riscos do aquecimento global foram um dos principais temas debatidos hoje durante o 5º FÓRUM MUNDIAL DE MEIO AMBIENTE, promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, presidido por João Doria Jr., e LIDE SUSTENTABILIDADE, comandado por Roberto Klabin, no Hotel Mabu, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Durante a palestra de abertura do Fórum, Bill McKibben, escritor, educador e ambientalista norte-americano, alertou para a crise climática e para os perigos do aumento das temperaturas globais e suas consequências, como as inundações e as tempestades tropicais.

Segundo ele, a temperatura global já subiu 1°C e vai subir até 4°C antes do fim do século. “Se isso acontecer não teremos mais uma civilização como a que estamos acostumados”, disse. “Imaginem Copacabana, Ipanema e toda a costa brasileira com o mar três metros acima do nível atual”.

McKibben afirmou que esta grave realidade não precisaria estar ocorrendo, uma vez que os cientistas alertaram há décadas sobre os riscos da utilização de combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás e apontaram alternativas, como a redução de carbono. O principal obstáculo, segundo ele, é o poder da indústria de combustíveis fósseis, que impede que as mudanças ocorram. “Os cientistas já nos disseram que 80% do carvão, do petróleo e do gás natural devem permanecer no subsolo, não podendo ser utilizados, se queremos evitar uma grande catástrofe”, afirmou. “O Brasil tem que manter seu petróleo no subsolo também”, numa referência ao Pré-Sal.

O cientista destacou os avanços realizados pelos países escandinavos e a Alemanha no sentido de minimizar os efeitos nocivos das mudanças climáticas e afirmou que os Estados Unidos são o país com o papel mais destrutivo. “O Brasil precisa ser um desses países que ajudam e mostram ao mundo inteiro o que deve ser feito”, observou, defendendo o papel de liderança do País no contexto mundial. Para ele, o Brasil precisa pressionar China e Índia principalmente, que também fazem parte dos Brics, para que assumam mais responsabilidades nas negociações climáticas.

Para McKibben, não se trata de um problema tecnológico, mas de falta de vontade política. “Temos a ciência e a tecnologia, a questão é saber se temos o coração enquanto seres humanos para fazer o que precisa ser feito”, finalizou.

O primeiro Painel do Fórum, sobre Economia Verde, com o tema “Soluções para o Desenvolvimento Sustentável”, contou com Erik Solheim, ex-ministro do Meio do Ambiente da Noruega; Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e presidente do LIDE INTERNACIONAL; Pedro Passos, sócio-fundador da Natura, presidente da SOS Mata Atlântica e do IEDI; e Walter Schalka, presidente da Suzano.

Solheim elogiou os avanços do governo brasileiro para impedir o desmatamento da floresta tropical. “Nenhuma outra nação na história da humanidade foi capaz de proteger sua biodiversidade como o Brasil”, disse.

Entre as medidas necessárias para contribuir com o meio ambiente, ele destacou a importância das coalizões entre as pessoas e comunidades e as forças políticas do mercado por meio de incentivos e impostos para as energias renováveis. Também defendeu a redução dos subsídios para a indústria de combustíveis fósseis.

“É tudo uma questão de mobilizar as vontades políticas. Não é preciso um talento particular, mas sim trazer o melhor de todos para colocar as boas iniciativas em pratica”, afirmou.

João Doria Jr. perguntou ao ex-ministro se a Noruega dispõe de incentivos fiscais para proteção do meio ambiente. Segundo Solheim, este é um dos selos de qualidade do país, que foi pioneiro na introdução desse tipo de benefício nos anos 90. João Doria Jr. perguntou ao ex-ministro se a Noruega dispõe de incentivos fiscais para proteção do meio ambiente. Segundo

Também participaram do evento de abertura: Roberto Klabin, presidente do LIDE Sustentabilidade, presidente da Fundação SOS Pantanal e vice-presidente da Fundação SOS Mata Atlântica; Reni Pereira, prefeito de Foz do Iguaçu; Virgílio Viana, Superintendente da FAS – Fundação Amazonas Sustentável.

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