Castanheira derrubada queima em Castelo dos Sonhos, Pará (Foto: Claudio Angelo/OC)

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Alertas de desmatamento na Amazônia batem recorde no fim do regime Bolsonaro

Herança destrutiva de agosto a dezembro será contabilizada na taxa de 2023, a primeira do governo Lula; Lábrea e Apuí, eixo da BR-319, encabeçam ranking de municípios com maior área desmatada no período

06.01.2023 - Atualizado 11.03.2024 às 08:30 |

PRESS RELEASE

A área sob alertas de desmatamento na Amazônia atingiu 4.793 km2 no acumulado de agosto a dezembro, recorde para o período na série histórica iniciada em 2016, segundo dados do sistema Deter-B, do Inpe, divulgados nesta sexta-feira (6). Houve aumento de quase 54% em relação aos mesmos cinco meses de 2021.

Como a taxa de desmatamento na Amazônia é medida sempre de agosto de um ano a julho do ano seguinte, a destruição será herdada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na taxa oficial de 2023.

Mesmo com dados parciais (foram contabilizados 30 dias de dezembro até o momento) e influenciados por cobertura de nuvens (isso ocorre principalmente de novembro a abril), o resultado do Deter-B é alarmante. Confirma a corrida pelo desmatamento que ocorreu no fim do mandato de Jair Bolsonaro, revertendo a tendência de queda registrada pela taxa oficial, do sistema Prodes, de agosto de 2021 a julho de 2022 em relação ao período anterior.

“Os alertas de destruição da Amazônia bateram recordes históricos nos últimos meses, deixando para o governo Lula uma espécie de desmatamento contratado, que vai influenciar negativamente os números de 2023. O governo Bolsonaro acabou, mas sua herança ambiental nefasta continua”, disse o secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini.

Lábrea e Apuí, no sul do Amazonas, encabeçam o ranking de municípios com maior área desmatada de agosto a dezembro. As cidades ficam no eixo da BR-319 (Manaus-Porto Velho), obra da ditadura militar que o governo Bolsonaro retomou – a licença prévia para o asfaltamento da rodovia foi concedida em junho, atropelando pareceres de técnicos do próprio Ibama. O aumento do corte raso na região é explicado pela expectativa da obra, que corta o maior bloco de florestas intactas do bioma.

A ministra Marina Silva tem sete meses para reativar o Ibama e impedir mais uma tragédia na taxa de 2023.

Nos últimos 12 meses, a área de alertas atingiu 10.267 km2, recorde da série histórica do Deter-B: 2022 foi o primeiro ano em que o acumulado de 12 meses passou de 10.000 km2.

 

 

 

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