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Concentração de gases-estufa bate novo recorde

Após queda pontual durante a pandemia, nível de CO2 aumentou a taxa maior do que a média de crescimento anual na década; salto na concentração de metano é o maior já registrado

27.10.2022 - Atualizado 11.03.2024 às 08:30 |

DO OC – Os níveis dos três principais gases de efeito estufa bateram novo recorde em 2021, afirma boletim da Organização Meteorológica Mundial divulgado nesta quarta-feira (26/10).

Após uma queda pontual registrada no auge da pandemia de Covid-19, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera aumentou de 2020 para 2021 a uma taxa maior do que a média de crescimento anual da última década. O nível de CO2, o gás de efeito estufa mais importante, já é 149% maior do que na era pré-industrial, principalmente por causa das emissões da combustão de combustíveis fósseis e da produção de cimento.

No caso do metano, o segundo maior contribuinte para as mudanças climáticas, o salto na concentração em relação a 2020 é o maior desde o início das medições sistemáticas, há quatro décadas. A razão para este aumento excepcional não está totalmente clara; pode ser resultado de processos biológicos e induzidos pelo homem, aponta a entidade.

Já o aumento do óxido nitroso de 2020 para 2021 também foi superior à taxa média de crescimento anual dos últimos 10 anos.

De 1990 a 2021, o efeito de aquecimento do clima por gases de efeito estufa de longa duração aumentou quase 50%, com o dióxido de carbono respondendo por cerca de 80% desse aumento.

“Estamos no caminho errado. As mudanças necessárias são economicamente acessíveis e tecnicamente possíveis, mas o tempo está se esgotando”, disse o secretário geral da WMO (na sigla em inglês), Petteri Taalas.

“Como prioridade máxima e mais urgente, temos que reduzir as emissões de dióxido de carbono, que são o principal motor das mudanças climáticas e condições climáticas extremas, e que afetarão o clima por milhares de anos por meio da perda de gelo polar, do aquecimento dos oceanos e do aumento do nível do mar.”

A entidade disse esperar que a informação “galvanize os governos para uma ação climática mais ambiciosa na COP27”, a conferência do clima da ONU, que começa em nove dias no Egito.

A temperatura média global hoje está 1,1°C acima da média pré-industrial (de 1850 a 1900) – os últimos sete anos foram os mais quentes já registrados.

A OMM mede as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa: o que permanece na atmosfera depois que os gases são absorvidos por sumidouros como o oceano e a biosfera. A entidade alerta que a capacidade dos ecossistemas de absorver o CO2 da atmosfera está em risco. “Em algumas partes do mundo, a transição do sumidouro para fonte de CO2 já está acontecendo”, afirmou Taalas, em referência a estudos recentes que mostraram esse efeito na Amazônia.

Leia o boletim aqui.

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