Garimpo ilegal na Terra Indígena Kayapó, no estado do Pará, Brasil

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Desmatamento em terras indígenas foi de 1% em 30 anos, diz Mapbiomas

Levantamento mostra que, em áreas privadas, destruição chegou a 20,6% no mesmo período

19.04.2022 - Atualizado 11.03.2024 às 08:30 |

DO OC – Nas últimas três décadas, as Terras Indígenas (TIs) do país perderam 1% de sua vegetação nativa, enquanto nas áreas privadas esse número chegou a 20,6%, mostra levantamento do Mapbiomas divulgado nesta terça-feira (19/4). O documento também confirma que houve uma explosão do garimpo e do desmatamento em territórios indígenas nos últimos três anos, sob o regime Bolsonaro.

“Não há nada mais eficiente do ponto de vista de conservação da floresta nativa do que as terras indígenas. O levantamento deixa isso claro. Quando se analisa o desmatamento nas terras privadas e nas terras indígenas, não há dúvida de que as TIs são o melhor escudo contra o desflorestamento no Brasil”, avalia Cesar Diniz, coordenador técnico do Mapbiomas.

A perda de vegetação no Brasil em 30 anos foi de 69 milhões de hectares. Nas TIs, foram desmatados 1,1 milhão de hectares. Já nas áreas privadas, a perda de vegetação nativa chegou a 47,2 milhões de hectares.

O levantamento mostra que a área ocupada por garimpos dentro de TIs na Amazônia cresceu 495% de 2010 a 2020. As maiores áreas hoje estão nos territórios Kayapó (7602 ha) e Munduruku (1592 ha), no Pará, e Yanomami (414 ha), no Amazonas e em Roraima. Já o desmatamento em TIs da Amazônia aumentou quase duas vezes (1,7) na média dos últimos três anos, quando comparado com a média de 2016 a 2018.

Desde o início de seu governo, em 2019, Bolsonaro vem promovendo ataques aos indígenas, com o desmonte da Funai, o fim das demarcações e a reversão da política de proteção aos indígenas isolados, entres várias outras ações, como o estímulo ao garimpo ilegal. O Projeto de Lei 191/2020, que libera o garimpo e outras atividades econômicas em TIs, foi apresentado pelo governo e pode ser votado a qualquer momento na Câmara.

“O garimpo ilegal é de longe a pressão mais clara e nefasta dentro das TIs”, afirma o coordenador do Mapbiomas.

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