Foto: Rodolfo Stuckert/Câmara dos Deputados

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Frente ambientalista quer mais influência em decisões sobre mudanças climáticas

25.08.2015 - Atualizado 11.03.2024 às 08:26 |

Em evento na Assembleia Legislativa de São Paulo, deputados federais da Frente Parlamentar Ambientalista defenderam mais participação do poder Legislativo nas decisões do governo brasileiro em relação a mudanças climáticas, em especial na contribuição que o país pretende levar para a COP 21, a Conferência das Nações Unidas sobre o tema, em dezembro deste ano.

O deputado Ricardo Tripoli criticou a pouca transparência do governo federal no tema. “O grande problema é a dificuldade em saber qual será a contribuição do governo”, disse. “Vamos fazer o papel inverso e apresentar nossas contribuições depois da divulgação da meta brasileira.”

Sarney Filho (PV-MA) afirmou que a COP 21 é o encontro político internacional mais importante deste século e que o Brasil perdeu o papel de protagonista na discussão, que será não só ambiental, mas econômica. Para o deputado, é necessário forçar o governo a ouvir a sociedade civil por meio do Legislativo e o país deve assumir responsabilidade na agenda climática global. “Em se tratando de mudanças climáticas, não se pode barganhar, como se fosse uma negociação comercial.”

Agenda legislativa prejudica debate sobre clima

Os deputados também demonstraram preocupação com a pauta do Congresso Nacional, que tem trabalhado em proposições que deixam em segundo plano e trazem retrocessos à agenda ambiental. “A bancada ruralista não para de trabalhar”, disse Tripoli.

Ivan Valente (PSOL/SP) destacou projetos que prejudicam a preservação ambiental e os avanços na política de clima, como a PEC 215 e a “AgendaBrasil”, proposta pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. O deputado afirmou que o Brasil poderia ter papel de vanguarda, mas tem modelo de desenvolvimento atrasado. “Até avançamos quanto à redução do desmatamento, mas não na questão agrícola e na matriz energética.”

O debate preparatório para a COP foi uma parceria da SOS Mata Atlântica, organização membro do Observatório do Clima, com a Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional e a Frente Parlamentar Ambientalista e pelo Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de São Paulo.

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