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Mitigação

Quando se fala em resposta à mudança do clima, está implícita a combinação de iniciativas de adaptação aos efeitos dessa mudança e de mitigação, ou seja, redução de emissões de gases do efeito estufa.

07.01.2015 - Atualizado 11.03.2024 às 08:26 |

Quando se fala em resposta à mudança do clima, está implícita a combinação de iniciativas de adaptação aos efeitos dessa mudança e de mitigação, ou seja, redução de emissões de gases do efeito estufa.

Algumas empresas, indústrias e até usinas termoelétricas realizam plantio de árvores, por exemplo, para neutralizar e compensar a emissão de gases do efeito estufa emitidos em decorrência de suas atividades. Muitos desses grupos vêm tomando outras atitudes de mitigação como as iniciativas de eficiência energética que evitam o desperdício através do estímulo ao desenvolvimento de novas tecnologias e de medidas para otimizar seu uso.

O sequestro de carbono também é um exemplo de medidas de mitigação. Os gases produzidos pelas indústrias são coletados, comprimidos e depois injetados em um reservatório apropriado – seja ele construído especialmente para esse fim ou corresponder a um depósito geológico, como subterrâneos onde havia depósito de petróleo no passado. O sequestro de carbono é, no entanto, um processo que ocorre naturalmente no planeta, pela ação das árvores e dos oceanos que puxam o CO2 da atmosfera. Para ter uma idéia, cada hectare de floresta em desenvolvimento é capaz de absorver de 150 a 200 toneladas de carbono, daí a importância de ações que reduzam e, sobretudo, evitem o desmatamento.

Tanto a CQMC quanto o IPCC desenvolvem estudos científicos e metodológicos para lidar com a mitigação.

O IPCC trabalha com a noção de que a capacidade de resposta de cada país depende de condições sociais, econômicas e ambientais e da disponibilidade de tecnologia e informação.  As iniciativas de redução de emissões de gases do efeito estufa são apontadas pelo IPCC como de grande potencial para a diminuição da mudança do clima.  Estudos sugerem uma redução de seis gigatoneladas de carbono equivalente em 2030.  Isso envolve, por exemplo, investimentos em infra-estrutura de energia na casa dos 20 trilhões de dólares no período 2005-2030, com impactos de longo prazo sobre as emissões.

A CQMC também apresenta um panorama de métodos e iniciativas científicas para ações sobre a mudança do clima, com estudos desenvolvidos por seu Corpo Subsidiário para Conselho Científico e Tecnológico, sobre cinco áreas temáticas: Mitigação do Clima, LULUCF (uso da terra), Transporte Internacional, Pesquisa e Observação Sistemática, Outras questões metodológicas (CQMC). Veja aqui.

Para conhecer iniciativas concretas que diferentes países estão adotando para mitigação e adaptação à mudança do clima, acesse Políticas no Mundo e Políticas no Brasil. Confira também, abaixo, as propostas do IPCC para redução de emissões nos setores.

Geração de Energia
Transporte
Edifícios
Indústria
Agricultura
Florestas
Lixo

 

Geração de Energia
– Melhoria na eficiência para fornecimento e distribuição de energia;
– Mudança de carvão para gás como combustível fóssil;
– Energia nuclear e energia nuclear avançada;
– Fontes renováveis para aquecimento e eletricidade (hidrelétrica, solar, eólica, geotérmica e bioenergética);
– Geração combinada de calor e eletricidade;
– Captura e estocagem de dióxido de carbono (CEC);
– CEC para serviços que utilizam gás, biomassa e queima de carvão;
– Energia renovável avançada, como a gerada pelas marés e por ondas;
– Energia solar e solar fotovoltaica.

Transporte
– Mais veículos com combustível eficiente;
– Veículos com diesel mais limpo;
– Biocombustíveis;
– Mudança de transporte viário para modalidades sobre trilho e sistemas de transporte público;
– Deslocamento não-motorizado (bicicleta e caminhada);
– Planejamento do uso da terra e do transporte;
– Biocombustíveis de segunda geração;
– Aeronaves mais eficientes;
– Veículos elétricos e híbridos avançados com baterias mais potentes e confiáveis.

Edifícios
– Iluminação eficiente e aproveitamento da luz natural;
– Aparelhos elétricos e dispositivos de aquecimento e resfriamento mais eficientes;
– Fogões aprimorados;
– Melhoria do isolamento térmico;
– Projetos ativo e passivo de aquecimento e resfriamento com energia solar;
– Fluídos de refrigeração alternativos;
– Recuperação e reciclagem de gases fluoretados;
– Projetos integrados de edifícios comerciais incluindo tecnologias como medidores inteligentes que permitem monitoramento e controle;
– Edifícios com placas solares fotovoltaicas integradas.

Indústria
– Equipamentos elétricos mais eficientes;
– Recuperação de calor e potência;
– Reciclagem e substituição de materiais;
– Controle de emissões de gases não-CO2;
– Amplo conjunto de tecnologias específicas para processos industriais;
– Eficiência energética avançada;
– Captura e estocagem de carbono para a fabricação de cimento, amônia e ferro;
– Inserção de eletrodos para a fabricação de alumínio.

Agricultura
– Melhoria do gerenciamento de plantações e da pecuária para aumentar a estocagem de carbono pelo solo;
– Revitalização de solos degradados;
– Melhoria das técnicas de cultivo do arroz e do manejo do gado e do estrume para reduzir as emissões de metano;
– Melhoria das técnicas de aplicação de fertilizantes à base de nitrogênio para reduzir emissões de NO2;
– Agricultura de energia aplicada para redução do uso de combustíveis fósseis;
– Melhoria da eficiência energética;
– Aprimoramento da produtividade das plantações.

Florestas
-Florestamento e reflorestamento;
-Manejo florestal;
-Redução do desmatamento;
-Gerenciamento de produtos de madeira plantada;
-Uso de produtos florestais para a substituição de combustíveis fósseis por bioenergia;
-Melhoria das espécies arbóreas para aumentar a produtividade da biomassa e o seqüestro de carbono;
-Melhoria de tecnologias de sensoriamento remoto para análise do potencial de seqüestro de carbono pela vegetação e pelo solo e para o mapeamento de mudanças no uso da terra.

Lixo
– Recuperação de metano em aterros;
– Incineração de lixo com recuperação de energia;
– Compostagem de lixo orgânico;
– Tratamento controlado de esgotos;
– Reciclagem e minimização da produção de lixo;
– Uso do produto da compostagem para cobertura de aterro.

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