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Nota do Observatório do Clima sobre encíclica “Laudato Si'”

O texto da encíclica do Papa Francisco sobre meio ambiente, vazado nesta segunda-feira, confirma a expectativa da comunidade científica e da sociedade civil de que a mensagem papal seria forte e incisiva, como devem ser as respostas globais à crise climática.

15.06.2015 - Atualizado 11.03.2024 às 08:26 |

O texto da encíclica do Papa Francisco sobre meio ambiente, vazado nesta segunda-feira, confirma a expectativa da comunidade científica e da sociedade civil de que a mensagem papal seria forte e incisiva, como devem ser as respostas globais à crise climática.

Francisco apresenta um chamado sem precedentes à conservação dos recursos naturais e à erradicação da pobreza, ligando de forma definitiva o destino da humanidade à nossa “casa comum”, cujo cuidado é um imperativo ético. Numa clivagem em relação a posturas tradicionalmente adotadas pelos cristãos, segundo os quais o homem é uma criação separada do mundo natural e sobre ele deve exercer “domínio”, o Papa afirma que a liberdade humana de explorar os recursos da Terra precisa ter limites: “O homem não se cria sozinho. Ele é espírito e vontade, mas também é natureza”.

O texto vazado, que no entanto não é o documento oficial do Vaticano (este será divulgado somente na quinta-feira, 18), lança mão do melhor conhecimento científico disponível para construir um alerta abrangente sobre a situação ambiental do planeta, em especial sobre as mudanças climáticas. Aponta os seres humanos como causa principal do aquecimento da Terra, que afeta sobretudo os mais pobres, e prega a substituição dos combustíveis fósseis, a proteção das florestas e o desenvolvimento de energias renováveis. E critica a “debilidade das ações”, sobretudo políticas, para atacar o problema.

“A encíclica papal captura o espírito do nosso tempo. É uma mensagem de peso enorme, um chamado moral sobre meio ambiente nunca antes visto na história da Igreja, que coloca a crise climática como um dos maiores desafios comuns da humanidade”, disse o secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl. “Tão importante quanto isso, trata-se de um chamado a toda a humanidade, a todas as religiões, não apenas aos católicos. Que sirva de inspiração aos líderes que se preparam para negociar o futuro do combate à mudança do clima neste ano, na conferência de Paris.”

Contato para a imprensa:

Claudio Angelo – 61-9825-4783

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