Aparelhos de ar-condicionado em Hong Kong (Foto: Niall Kennedy/Creative Commons)

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OC pede a Brasil ambição contra HFCs

Rede demanda em carta ao governo que país se alinhe com posição mais ambiciosa na negociação iniciada nesta segunda-feira em Ruanda para reduzir emissões de gases de refrigeração

10.10.2016 - Atualizado 11.03.2024 às 08:27 |

PRESS RELEASE

O Observatório do Clima encaminhou ao governo brasileiro nesta segunda-feira (10) uma carta pedindo que o país se junte a uma centena de outras nações para defender um acordo ambicioso de redução de emissões de gases refrigerantes. Essa redução será proposta como uma emenda a um tratado internacional sobre proteção da camada de ozônio, a ser negociada nesta semana em Kigali, Ruanda.

O acordo em questão, o Protocolo de Montréal, foi adotado em 1987 para banir os CFCs (clorofluorcarbonos), usados em refrigeradores, aerossóis e aparelhos de ar-condicionado. Embora tenha sido bem-sucedido, o protocolo deixou uma brecha importante: uma categoria de substâncias usadas para substituir os CFCs, os HFCs, são potentes gases de efeito estufa. Ou seja, não agridem a camada de ozônio, mas ajudam a esquentar o planeta. Alguns HFCs são centenas de vezes mais potentes que o CO2.

A redução do uso e do consumo de HFCs poderia evitar o aquecimento da Terra em até 0,5oC neste século. Isso ajudaria a humanidade a ganhar tempo para descarbonizar a economia global de forma a cumprir a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento da Terra em bem menos de 2oC.

Negociadores do mundo inteiro reunidos em Kigali a partir desta segunda-feira terão diante de si propostas com diversos graus de ambição para o texto da emenda. Uma delas, assinada em Nova York em setembro por um grupo de cem países, defende que países desenvolvidos reduzam a produção e o consumo de HFCs a partir de 2019 em relação aos níveis médios de 2011 a 2013; os países em desenvolvimento congelariam o uso desses gases a partir de 2021 em relação à média de 2017-2019. OC defende que o Brasil se alinhe com essa posição.

O país não assinou a declaração de Nova York, apesar de ter dito que buscaria um resultado ambicioso em Kigali.

“Acreditamos que cabe ao Brasil assumir um papel de protagonismo na reunião de Kigali de modo a garantir uma emenda realmente ambiciosa”, afirma a carta do OC. “Só por meio desta as lideranças globais mostrarão capacidade para limitar o aquecimento global a entre 1,5oC e 2oC acima dos níveis pré-industriais até 2100 e cumprir o Acordo de Paris.”

Leia aqui a íntegra da carta.

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