Tuiuiús em área queimada no Pantanal (Foto: Iberê Périssé/Projeto Solos)

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Pantanal queima o dobro da média e ONGs pedem urgência ao Supremo para avaliar ação

Até 26 de setembro, chamas consumiram 1,3 milhão de hectares, segundo dados da UFRJ, contra 712 mil hectares na média histórica para o mesmo período

29.09.2021 - Atualizado 11.03.2024 às 08:30 |

Trinta e duas organizações da sociedade civil enviaram hoje (29/09) carta ao presidente do STF, Luiz Fux, e à vice, Rosa Weber, para que determinem urgência no andamento de uma ação que tramita naquela corte desde junho e pleiteia que o governo federal e os estaduais (do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul) atuem para evitar a destruição do território pantaneiro pelo fogo.

Do começo deste ano até 26 de setembro, as chamas consumiram 1,3 milhão de hectares (8,7% do bioma), segundo dados atualizados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa/UFRJ). A média histórica é 712 mil hectares até essa altura do ano. No ano passado, porém, a tragédia bateu recorde: 2,7 milhões de hectares no mesmo período, e 2020 fechou com 3,9 milhões de hectares destruídos — 26% do território pantaneiro, ou o equivalente a quase o território inteiro do estado do Rio de Janeiro.

A ação a que as organizações se referem (Arguição de Descumprimento Fundamental n.º 857) foi distribuída em junho ao gabinete do ex-ministro Marco Aurélio, poucos dias antes de sua aposentadoria, por suposta conexão a outra, que tratou dos incêndios em 2020 (ADPF nº 746). Na iminência da aposentadoria do ministro, os autores já solicitavam que ela fosse distribuída para novo relator, em caráter urgentíssimo, pelo risco de dano irreparável ao Pantanal.

Como isso não ocorreu, nova solicitação foi enviada para redistribuição, ou para que a própria presidência do Tribunal apreciasse a matéria. Pela gravidade, o regimento interno do Supremo prevê excepcionalmente a tomada de providências por parte do Tribunal. Como esse pedido ainda não foi apreciado até hoje, a ação está sem Ministro Relator, impedindo qualquer decisão. “A nosso ver, a apreciação do pedido da cautelar da ADPF 857 por parte deste Supremo Tribunal Federal poderia contribuir decisivamente para a adoção de providências imediatas pela União e os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul — demandados na Ação constitucional — diante da tragédia que se observa naquela região”, diz a carta, disponível na íntegra aqui e assinada por:

  1. Observatório do Clima
  2. Observatorio Pantanal
  3. SOS Pantanal
  4. Onçafari
  5. Instituto Homem Pantaneiro – IHP
  6. SOS Mata Atlântica
  7. Instituto de Estudos Socioeconômicos – Inesc
  8. Instituto Talanoa
  9. Conectas Direitos Humanos
  10. Instituto Socioambiental – ISA
  11. Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN
  12. Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação – SPVS
  13. Instituto BVRio
  14. Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais
  15. org Brasil
  16. Projeto Saude e Alegria
  17. Projeto Hospitais Saudáveis
  18. CIUPOA – Centro de Inteligência Urbana
  19. Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida – Apremavi
  20. Centro de Trabalho Indigenista – CTI
  21. Instituto 5 Elementos
  22. Alana
  23. Rede GTA
  24. Instituto de Energia e Meio Ambiente – IEMA
  25. Grupo Ambientalista da Bahia – GAMBÁ
  26. Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ
  27. Instituto Internacional de Educação do Brasil – IEB
  28. Instituto Centro de Vida – ICV
  29. Amigos da Terra – Amazônia Brasileira
  30. Climate Smart Institute
  31. Uma Gota No Oceano
  32. Greenpeace Brasil

 

Informações para imprensa

 

Solange A. Barreira – Observatório do Clima

[email protected]

+ 55 11 9 8108-7272

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