Avaaz procura "criminosos do clima" em Paris

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Petit Comité – despachos da conferência do clima de Paris

08.12.2015 - Atualizado 11.03.2024 às 08:27 |

8 de dezembro

CÉTICO-GATE
O Greenpeace revelou como dois acadêmicos de universidades de ponta nos EUA, Frank Clemente (Penn State) e William Harper (Princeton), aceitaram receber dinheiro de empresas de combustíveis fósseis para escrever artigos acadêmicos defendendo o carvão e o petróleo, sem declarar a fonte do financiamento. Harper foi chamado pelo senador republicano Ted Cruz para participar de uma audiência pública questionando a ação do governo americano para cortar emissões.

CRÉDULOS
Os ambientalistas contataram os pesquisadores por e-mail, dizendo trabalhar para consultorias interessadas em promover o carvão na Indonésia e em mitigar impactos negativos da conferência de Paris para a indústria do petróleo, e encomendando pesquisa “independente”. As conversas, que revelam a extensão do elo entre os dois acadêmicos céticos e a indústria, foram divulgadas pelo Greenpeace na internet.

NA MESMA MOEDA
Em 2009, antes da cúpula de Copenhague, negacionistas do clima vazaram uma série de e-mails de pesquisadores da Universidade de East Anglia que supostamente mostravam falhas de conduta científica. Os cientistas foram investigados por dois comitês de inquérito e inocentados.

PEROBA NELES
A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) foi surpreendida na noite de segunda-feira, na conclusão de seu encontro com governadores da Amazônia, com o “Troféu Cara de Pau”. Entregue pela ONG Engajamundo, o galardão contempla o governo brasileiro por sua meta de aceitar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.

CALÇADA DA FAMA
Celebridades continuam desfilando em Paris. Depois de Leonardo Di Caprio, Al Gore e Sean Penn, terça-feira foi dia de Alec Baldwin e Arnold Schwarzenegger, que falou no evento do Dia de Ação Global. No fim de semana, Patti Smith, Flea (Red Hot Chili Peppers) e Thom Yorke (Radiohead) deram um pequeno show pelo clima.

PROCURA-SE
Sem poder fazer protestos públicos devido ao estado de alerta de terrorismo na França, a ONG Avaaz resolveu se manifestar silenciosamente: espalhou por Paris diversos cartazes com fotos de céticos do clima e executivos da indústria fóssil, com os dizeres “Procurado por crimes contra o nosso futuro”. Entre os “fichados” estão o dinamarquês Bjorn Lomborg, que perambula pelos corredores do Le Bourget, o americano Marc Morano e a australiana Fiona Wild, executiva da BHP Billiton – coproprietária da Samarco.

CHOQUE CULTURAL
Não é apenas a insistência do presidente da COP em só falar francês que tem causado estranhamento nos delegados em Paris: o conhecido despudor dos franceses com a toalete também. Alguns dos banheiros masculinos do Le Bourget têm o mictório aberto para o corredor, e são limpos constantemente por mulheres.

Por Cíntya Feitosa e Claudio Angelo, do OC, em Paris
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