Plenária da reunião da IMO, em Londres (Foto: IMO)

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Posição do Brasil no acordo de navegação é injustificável, diz OC

Em carta a Michel Temer, rede afirma que atitude do governo de bloquear resultado mais ambicioso contra emissões do setor é incoerente com postura do país no Acordo de Paris

12.04.2018 - Atualizado 11.03.2024 às 08:28 |

PRESS RELEASE

SÃO PAULO, 12/4/2018 – O Observatório do Clima enviou nesta quarta-feira (11/4) uma carta ao presidente Michel Temer e ao ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, pedindo que o Brasil reveja urgentemente sua posição de bloqueio a um acordo climático ambicioso na reunião da Organização Marítima Internacional.

O encontro termina nesta sexta-feira (13) em Londres com o Brasil entre os líderes do grupo de nações que pressiona por um resultado aguado. Enquanto as nações insulares e alguns países desenvolvidos propõem a descarbonização total do setor em 2050, em linha com o que determina o Acordo de Paris, o Brasil e seus aliados, como a Argentina e a Arábia Saudita, querem metas mais brandas, como cortar as emissões do setor pela metade.

“A atual posição dos negociadores brasileiros é injustificável do ponto de vista da segurança climática da humanidade e está em contradição com a própria atuação do país nas negociações internacionais de clima”, afirma a carta do OC.

O documento lembra que o Brasil foi co-facilitador da negociação que resultou no acordo do clima, na COP21, em 2015, e apresentou a única meta de redução absoluta de emissões dentre os países emergentes.

O setor de navegação ficou de fora do acordo do clima, mas é crítico para o alcance da meta estabelecida em Paris de limitar o aquecimento global a bem menos de 2oC neste século: hoje representa 2% das emissões globais (se fosse um país, seria o sexto maior emissor) e, se nada for feito, poderá representar 20% em 2050.

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