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“Rede social” climática vai facilitar resposta a desastres

07.12.2017 - Atualizado 11.03.2024 às 08:28 |

Foi lançada nesta quinta-feira (7), em Brasília, a plataforma de conhecimento em adaptação AdaptaClima, uma ferramenta para auxiliar tomadores de decisão a reagir aos impactos negativos da mudança do clima, que diversas regiões do Brasil já estão sentindo de diferentes maneiras.

A plataforma foi construída de forma conjunta nos últimos dois anos por diversas instituições da sociedade civil e do governo. Ela funcionará como uma rede social de adaptação às mudanças climáticas, permitindo o compartilhamento de experiências e conhecimento, unindo aqueles que produzem a informação e os usuários dessas informações – por exemplo, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que gera cenários de mudança de clima para o Brasil ao longo do século, e organizações que atuam em regiões ou junto a comunidades vulneráveis.

Os usuários terão acesso a informações sobe 16 temas da agenda de adaptação (cidades, energia, saúde e recursos hídricos, por exemplo) e poderão fazer buscas em literatura especializada sobre o assunto e em mapas climatológicos com cenários futuros para o país. É possível também saber como montar uma estratégia de adaptação desde o início e como encontrar e interagir com especialistas em diversos temas – cada usuário poderá fazer um perfil com interesses e informações de contato.

O Observatório do Clima fez parte do desenvolvimento da plataforma, representando a sociedade civil organizada por meio de seis organizações integrantes: Fundação Grupo Boticário, GVCES, WWF, WRI, ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade na América do Sul e Ipam.

A plataforma é uma das metas do Plano Nacional de Adaptação, que também apresenta estratégias e diretrizes para os diferentes setores, direcionando a incorporação da adaptação em políticas públicas e no planejamento de ações, e traz a Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE) como um de seus princípios. AbE trata do uso dos serviços ecossistêmicos como parte da estratégia de adaptação, e áreas naturais protegidas oferecem melhor possibilidade de manutenção dos serviços ecossistêmicos, que são essenciais para que a sociedade possa enfrentar esse grande desafio.

Adaptação também faz parte da NDC do Brasil e de diversos países e é estratégica no cumprimento do Acordo de Paris. Na COP23, em Bonn, o tema da adaptação ganhou grande relevância, pois ainda que todos os países atinjam suas metas do Acordo de Paris, o aquecimento que a humanidade já provocou no planeta, de cerca de 1,1oC em relação à era pré-industrial, exigirá um aumento das ações de adaptação nos próximos anos.

Exemplos desses impactos foram amplamente vistos em 2017, ano em que a temporada de furacões mais intensa da história atingiu o Caribe, em que a seca no Nordeste se agravou e em que cidades grandes como Roma e Brasília precisaram racionar água.

“A plataforma vai assegurar que haja uma integração de ações nas áreas de segurança energética, hídrica e alimentar numa perspectiva de longo prazo”, disse Everton Lucero, secretário de Mudança Climática do Ministério do Meio Ambiente. A iniciativa também tem o objetivo de promover a governança e um modelo de negócios na agenda.

A mudança do clima é um desafio também para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, uma vez que os impactos afetam a segurança hídrica, segurança alimentar, infraestrutura e ecossistemas. Adaptar-se aos impactos da mudança do clima é essencial para enfrentarmos o novo cenário mundial que se desenha, em consequência ao excesso de emissões de gases de efeito estufa desde a Revolução Industrial, principalmente devido ao uso de combustíveis fósseis e ao desmatamento.

No Brasil, 65 organizações contribuíram na montagem da plataforma, das quais 35 participaram ativamente da sua construção. No Reino Unido, 15 organizações foram envolvidas como referência por sua atuação na criação de plataformas de adaptação já existentes.

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