Foto: Divulgação/Itamaraty

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Vice do IPCC assume comando no combate ao desmatamento no Brasil

02.03.2016 - Atualizado 11.03.2024 às 08:27 |

DO OC

A cientista do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e vice-presidente do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) assumiu nesta quarta-feira a diretoria de Políticas para o Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente. Também foi publicada no Diário Oficial da União a nomeação do engenheiro José Miguez como secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental. Até janeiro, o cargo era ocupado por Carlos Klink, que agora é o secretário-executivo da pasta.

A dupla tem a missão de dar andamento aos compromissos assumidos pelo Brasil junto às Nações Unidas para o acordo do clima. A meta para florestas é restaurar 12 milhões de hectares e zerar o desmatamento ilegal até 2030. O desmatamento é atualmente a maior fonte de emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Thelma Krug, especialista em inventários de emissões por mudança de uso da terra e uma das responsáveis pela implantação do sistema de monitoramento do desmatamento na Amazônia, assume a diretoria após uma alta de 16% na taxa de desmate na floresta. Miguez integrou a equipe de negociação do Brasil na construção do acordo.

“Thelma Krug e Miguez são dois negociadores de clima muito experientes, que assumem cargos importantes no momento crucial em que o Brasil se prepara para implementar o Acordo de Paris”, diz Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima. “Caberá a eles não apenas muita articulação com outros ministérios num contexto político delicado, mas também aliar seus conhecimentos técnicos indiscutíveis a ousadia e coragem para aumentar o nível de ambição das políticas de clima. A responsabilidade é imensa.”

Para o coordenador-geral do OC, André Ferretti, é necessário fazer mudanças estratégicas em investimentos. “O grande desafio é mobilizar todo o governo para que o Brasil entre de uma vez por todas no caminho de uma sociedade de baixo carbono”, diz. “Infelizmente, apesar de avanços como a redução do desmatamento na Amazônia na última década, o governo brasileiro tem tomado posições no sentido oposto em outros setores.” Ferretti cita o incentivo à indústria automobilística, a expectativa sobre o pré-sal e a destinação de recursos de energia a combustíveis fósseis – 70% do total, de acordo com o Plano Decenal de Energia.

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