Terra Indígena Porquinhos, no Maranhão (Foto: Felipe Werneck)

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Queimadas na Amazônia batem recorde de 14 anos em junho

O registro de 2.308 focos de incêndio coincide com mais uma troca de comando no centro de combate ao fogo do Ibama.

01.07.2021 - Atualizado 11.03.2024 às 08:30 |

PRESS RELEASE

O número de queimadas registrado na Amazônia em junho é o mais alto para o mês desde 2007, apontou o Inpe nesta quinta (1/7). Foram 2.308 focos de incêndio, um aumento de 2,7% em relação a junho de 2020 e de 22,8% na comparação com o mesmo período de 2019. A temporada de fogo está só começando — o período crítico no bioma ocorre de julho a outubro.

O alerta do Inpe coincide com mais uma troca de comando no Ibama, dessa vez no Prevfogo, principal centro de combate a incêndios do governo federal. O Diário Oficial da União de hoje trouxe a exoneração do chefe da área, Ricardo Vianna Barreto, e a nomeação de outro bombeiro do Distrito Federal, Paulo César Nery. Segundo relatos de servidores, Nery não tem experiência com incêndios florestais.

A mudança ocorre no momento em que as brigadas já deveriam estar em campo, treinadas e com equipamentos, para evitar que se repitam tragédias como a de 2020, quando os incêndios destruíram mais de um quarto (26%) do Pantanal.

“Na Amazônia, fogo e desmatamento andam de mãos dadas. Para combatê-los, é necessário muito empenho, ações estratégicas e repressão ao crime. Infelizmente, sabemos que o atual governo não fará nada disso. Ao contrário, Bolsonaro é hoje o principal responsável pela crescente destruição da maior floresta tropical do planeta”, afirma Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.

A (falta de) estratégia apresentada pelo governo mantém a linha de fracasso adotada para enfrentar queimadas e desmatamento nos últimos dois anos. Na última segunda (28/6), foi anunciado o retorno de militares à Amazônia por dois meses. De acordo com o decreto assinado pelo presidente, as tropas deixarão a região antes do auge das queimadas, que costuma ocorrer em setembro.

Uma análise de pesquisadores do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e do Woodwell Climate Research Center, divulgada ontem, mostrou que a soma de áreas desmatadas e ainda não queimadas desde 2019 junto com a seca intensa provocada pelo fenômeno La Niña exigem atenção especialmente na porção sul da região amazônica. O Centro-Sul do país também enfrenta a pior seca em 91 anos, o que causa baixa nos reservatórios. Em maio, os alertas de desmatamento foram os mais altos já registrados para o mês, com 1.391 Km2 de devastação.

 

Informações para imprensa

Solange A. Barreira

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